dezembro 05, 2003

Janeiro


O frio é tanto que dói, é cinzento
e chove por dentro destes buracos
no peito, por dentro da terra que
não absorve a água. Na noite
os olhos cegam, as estrelas
não se conhecem, nem o vento
e das manhãs pouco mais resta
que o acordar. Não vamos começar
com o calor da festa , nem o cumprir
de promessas, mas a gélida certeza
de que se começou, a bela dúvida
do que se vai começar.