Dai-me uma (...) harpa de sombra*
Dai-me uma harpa de sombra
cada porta dá-me um nome
que cede sem angústia
dentro de mim, situo-me
sempre do outro lado
e não te posso ensinar nem
os nomes das árvores.
A morte sobe pelos dedos.
Sento-me então à tua mesa
e acompanho-te como uma vela
vida fora.
Em cada espasmo eu morrerei contigo.
*Sobre poemas de Herberto Helder, Ana Paula Inácio e R. M. Rilke