O livro das igrejas abandonadas
Só hoje me chegou às mãos este livro, perdido por entre as escolhas que o orçamento limitado impõe. Percebo agora melhor os links deixados pela janela e deslumbro-me de outra forma pelo Jardim dos Frutos Esquecidos:
(...) Tonino vai deixando em Pennabilli os sinais físicos de um reino encantado que ele incessantemente inventa e vai erguendo ao longo das ruas, das esquinas, no interior de uma igreja abandonada: são esculturas em pedra, mosaicos, pinturas, "instalações", relógios de sol e, sobretudo, esse fabuloso Jardim dos Frutos Esquecidos onde entre as plantas raras e já exóticas se descobre a porta de uma capela dedicada a Tarkovski (para quem ele escreveu Nostalgia) ou um casal de pássaros beijando-se e que, projectados sobre a pedra a uma certa hora do dia se transformam nos perfis de Fellini e Giulietta Masina.
Vicente Jorge Silva, do Prefácio Um Camponês Cosmopolita ao Livro das Igrejas Abandonadas de Tonino Guerra, Assírio & Alvim.
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