julho 23, 2004

A Guitarra

Paredes
É assim que o recordo, de cabeça a pender sobre a guitarra, cabelo solto, mãos longuíssimas e fervilhantes. Recordo-o num concerto, numa das salas do Palácio de Queluz, eu na primeira ou segunda fila, dez anos de idade, ele em cima de um pequeno palco com 30 ou 40cm de altura. Recordo o som e a energia que vinha daquela figura magra e quase frágil. Recordo também, 8 anos depois, um projecto de concerto que acabou por não o ser, devido ao inicio da sua doença. Estávamos em 1993. Desde então foi o limbo, entrecortado aqui e ali por colectâneas e homenagens à sua obra. Hoje não é o dia para recordar que sempre foi 'mal apreciado' em vida, outras alturas virão.
Hoje, habito as mesmas ruas de Benfica que ele. Sempre, esta múscia e esta imagem fazem parte de mim.