janeiro 19, 2005

Os comboios (6 de 7)

Naquele dia saí­mos juntos do restaurante, na minha cabeça uma frase do Pina e um poema do Eugénio, um caderno de capa preta e o homem que escreve enquanto espera pelo almoçoo. Pergunto-me se ele escreve em mais algum momento do seu dia. Nunca o encontrei fora deste contexto e é aqui que nós somos aquilo que invento e desejo para nós. É aqui que nós somos, e só isso importa. Ao meu lado, o homem que me abordou no restaurante falava dos prédios, da arquitectura dos jardins e da respiração das árvores, enquanto caminhávamos pela rua em direcção ao rio.
Nessa tarde fizemos amor num quarto de um terceiro andar de uma pensão modesta junto ao rio. E da janela podia ver-se a estação e os comboios.


(continua)